Bom… Quando falamos de MENTIRAS mais especificamente de COMO contar uma mentira temos que focar em dois aspectos LINGUAGEM CORPORAL, e CONGRUENCIA.
Pesquisas comprovam que 93% da comunicação humana é feita atravez de expreçoes faciais e movimentos do corpo.
Vamos a uns exemplos práticos agora haha:
Um dos mais clássicos movimentos involuntários que fazemos ao contar uma mentira, é levar a mão até o nariz/boca, como se fosse uma “coceirinha”.
Se uma menina de cinco anos diz uma mentira a seus pais, tapará imediatamente a boca com uma ou as duas mãos. O gesto indica aos pais que a menina mentiu e esse gesto continua sendo usado toda a vida, variando somente sua velocidade.
Quando a adolescente diz uma mentira, também leva a mão à boca como a menina de cinco anos, mas, em lugar de tapá-la bruscamente, seus dedos como que roçam sua boca.
O gesto de tapar a boca se torna mais refinado na idade adulta.
Quando o adulto diz uma mentira, o cérebro ordena à mão que tampe a boca para bloquear a saída das palavras falsas, como ocorria com a menina e a adolescente, mas no último momento, tira a mão da boca e o resultado é um gesto tocando o nariz. Esse gesto não é mais que a versão refinada, adulta, do gesto de tampar a boca que se usou na infância. Isto serve de exemplo para mostrar que quando um indivíduo se faz maior, muitos de seus gestos se tornam mais elaborados e menos óbvios. É mais difícil identificar as atitudes de quem os faz.
Pessoas mentem o tempo todo, e existem sinais clássicos que denunciam a mentira, entre eles alguns comuns são:
- Sorrir muito, usando como mascara.
- Piscar varias vezes em um curto espaço de tempo
- Mãos escondidas
Incongruências entre discurso verbal e não-verbal.
Como já falado, esta é a base para apanhar um mentiroso. O discurso verbal é o indicador menos fiável da ocorrência de uma mentira pois pode ser ensaiado. Assim, é preciso procurar evidências noutros lugares: micro-expressões, movimentos involuntários, ativação do SNA, etc que não estão de acordo com o que a pessoa está a dizer. Acham difícil estar a prestar atenção às duas coisas ao mesmo tempo? Então vão ficar surpreendidos quando vos disser que houve um estudo que demonstrou que a linguagem não-verbal (gestos, expressões) representam 60 a 80% do impacto da mensagem, enquanto que os sons representam 20 a 30% e só depois é que vem o resto, as palavras, representando 7 a 10%.
Exemplo: O Freud, génio, tinha um paciente que cada vez que falava do casamento, apesar de referir que estava tudo impecável, tirava e voltava a colocar repetidamente a aliança no dedo. Freud reparou na incongruência entre discurso e esse gesto peculiar e foi investigar. Conclusão, as coisas não estavam assim tão bem.
Sorrisos
Nos inícios do século XIX, um cientista francês chamado Guillaume Duchenne estudou os diferentes tipos de sorrisos, recorrendo a estimulação eléctrica dos músculos e por análise de cabeças decapitadas pela guilhotina. Ele chegou à conclusão que os sorrisos são controlados por dois conjuntos de músculos: zygomatic major e orbicularis oculi. Quando sorrimos, o primeiro é aquele que torna possível que mostremos os dentes por arrepanhar a carne nas bochechas. O segundo é aquele que estreita os olhos e dá aquelas rugas de lado. De que é que isto nos serve? Porque o zygomatic major é controlado conscientemente e o orbicularis oculi não, já são independentes e só aparecem num sorriso genuíno. Conclusão: um sorriso dissimulado só envolve a boca.

Esta foto ilustra bem a diferença.
Outra coisa, desconfiem se alguém vos sorrir e não mostrar os dentes. 90% dos sorrisos genuínos mostram os dentes. Isto aplica-se especialmente às mulheres que possuem um tipo de sorriso característico chamado tight-lipped smile; usam-no quando estão enfastiadas mas querem ser simpáticas, consiste em sorrir apenas com a boca, premindo um lábio contra o outro, sem mostrar os dentes.
Ouvir
Mais subjectivo mas ainda assim digno de referir, quando as pessoas ouvem com atenção e estão genuinamente interessadas no que a outra diz, normalmente inclinam ligeiramente a cabeça para o lado, inclinam o corpo para a frente (se tiverem sentadas) e não têm nem as pernas nem os braços cruzados (se estiverem, também se pode dar o caso de estarem interessados no que a outra pessoa diz mas não receptíveis ao conteúdo). A posição do corpo e pés também é importante. Se estivermos a falar com alguém sentado e essa pessoa tiver o corpo virado para uma saída, ou alguém já de pé com um pé apontado para a porta, pode ser indicativo que essa pessoa não está assim tão interessada no que estamos a dizer e inconscientemente quer-se ir embora.

Reparem nos elementos que falamos acima. Cabeça ligeiramente inclinada, posição dos braços aberta, corpo e olhar virado para a pessoa em questão. Tudo indica que está a prestar atenção à pessoa que fala; aquela expressão de avaliação ou desagrado relativamente ao conteúdo é que já não é tão positiva.
Comunicar
Desde o momento que os proto-humanos inventaram as primeiras armas, qualquer encontro pacífico entre duas tribos começaria pelo que se tornou o sinal universal de sinceridade e transparência. Os cães mostram o pescoço;nós mostramos as palmas das mãos, transmitindo à outra pessoa que não escondemos nada (ou nenhuma arma como seria no caso da pré-história). Assim, se alguém vos fala com sinceridade, irá provavelmente mostrar-vos as palmas das mãos à medida que vai discursando. Contudo, cuidado. Há pessoas (por exemplo vendedores ou políticos) que se podem fazer valer deste truque como dissimulação. Nesses casos, há que estar atento a gestos complementares, em busca de incongruências.
O que não é bom:
1. Mãos nos bolsos – pode ser nervosismo, insegurança ou ter algo a esconder.
2. Braços cruzados – postura defensiva, especialmente se for com os punhos cerrados, o que revela impulsos agressivos.
3. Segurar mãos atrás das costas – Relacionada com o auto-controlo. É uma postura inconsciente de combate a uma frustração, como se estivesse a impedir o próprio de tomar um comportamento impulsivo e irracional. Pode evoluir para o contacto atrás das costas se dar a nível mão-pulso e mão-braço. Quanto mais alto a mão segurar, maior a frustração. Por isso, se alguém vos estiver a dirigir a palavra com a postura abaixo, desconfiem, pois é bastante defensiva.
Simetria nas expressões faciais.
No que toca à avaliação da genuinidade de emoções expressas facialmente, este talvez seja o factor que mereça maior destaque. Paul Ekman durante os seus estudos chegou à conclusão que aparentemente as expressões voluntárias e as espontâneas possuem circuitos neuronais distintos. Como consequência observável de tal facto, as expressões espontâneas, involuntárias e genuínas tendem a ser simétricas.

Vocês que estão lendo até aqui devem estar se perguntando se é possivel simular a linguagem corporal para que sua mentira pareça verdade…
A resposta geral é “não”, porque a falta de congruência se manifestaria entre os gestos principais, os microsinais do corpo e a linguagem falada. Por exemplo: as palmas à vista se associam à honestidade, mas quando o farsante abre as palmas para fora e sorri enquanto diz uma mentira, os microgestos o delatam.
Podem contrair as pupilas ou levantar uma sobrancelha, ou uma comissura pode tremer, e esses sinais contradizem o gesto de exibir as palmas das mãos e o sorriso “sincero”. O resultado é que o ouvinte tende a não acreditar no que o farsante está dizendo.
Para o pessoal que se interessa pelo assunto, existem otimos seriados focados no tema… Seriam eles Lie To Me, e The Mentalist, onde o protagonista faz muita leitura fria, em breve post sobre leitura fria (: